Com o desenvolvimento de novas tecnologias e mudanças nos padrões de consumo, a alimentação diária foi abrindo espaço para um novo elemento: os produtos ultraprocessados. Contudo, será que sua praticidade compensa?

Diversos estudos demonstram que os produtos ultraprocessados trazem inúmeros malefícios para nossa saúde. Além de serem altamente calóricos, ricos em sódio e pobres em nutrientes, eles possuem componentes químicos como aromatizantes, corantes e favorizantes que viciam nosso paladar e podem causar compulsões alimentares. 

As consequências do consumo desses alimentos não se limita apenas a nossa saúde física. Eles também tem um impacto enorme em nossa saúde mental. Veremos alguns deles a seguir, mas antes, é importante entender o que são produtos ultraprocessados. 

O que são produtos ultraprocessados? 

Para entender por que os produtos ultraprocessados trazem tantos malefícios à saúde, é preciso analisar o que são esses produtos, do que eles são feitos e como são produzidos. 

Os ultraprocessados são produtos alimentícios que passaram por múltiplos processos industriais, contendo adição de substâncias sintetizadas em laboratório (como corantes, aromatizantes e estabilizantes). Geralmente, eles possuem uma lista extensa de ingredientes, muitos dos quais são desconhecidos ou difíceis de pronunciar. 

Esses alimentos são altamente manipulados e transformados de sua forma original, muitas vezes perdendo grande parte de seus nutrientes naturais durante o processo.

Entre os exemplos mais comuns de alimentos ultraprocessados, temos: refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, cereais matinais, refeições congeladas, batatas chips, temperos prontos, pipoca de micro-ondas, sopas enlatadas e de pacote, milho enlatado e outros.

Esses alimentos são frequentemente caracterizados por seu baixo valor nutricional, alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas, sódio e aditivos artificiais. Por esse motivo, eles estão associados a uma série de problemas de saúde. 

Um estudo publicado no Jornal Britânico de Medicina analisou dados coletados de 9,9 milhões de pessoas, e concluiu que o consumo de alimentos ultraprocessados está ligado a doenças como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, insônia, ansiedade e outras condições crônicas, conforme veremos a seguir. 

Obesidade e doenças crônicas 

O consumo regular de alimentos ultraprocessados está relacionado ao aumento do risco de obesidade e doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e hipertensão. Isso ocorre, em parte, devido ao alto teor calórico desses alimentos. 

Produtos ultraprocessados contém altas quantidades de gordura, açúcares e sódio. Por causa disso, eles dão energia muito rápido ao corpo. Todavia, a esse pico de energia faz a insulina aumentar, deixando o organismo inflamado. 

O efeito é imediato, por isso que, após comer uma refeição muito calórica, com uma macarronada, sentimos sono e logo fome novamente. Como consequência, o corpo passa a necessitar aquela fonte de energia. Assim, você come mais, o organismo fica mais inflamado e acumula mais gordura, levando à obesidade. 

Além disso, o alto teor de açúcares refinados e gorduras saturadas pode levar a um desequilíbrio metabólico, contribuindo para a resistência à insulina e outras disfunções metabólicas, que podem causar a diabetes tipo-2. 

Inflamação e desequilíbrio do sistema imunológico 

As doenças são causadas por dois motivos: fatores genéticos ou inflamatórios. Quando o corpo está inflamado, o sistema imunológico fica comprometido, se tornando suscetível a inúmeras doenças, como infarto, derrame, Alzheimer e até o câncer. 

Por sua vez, os produtos ultraprocessados são altamente inflamatórios. Eles contêm aditivos, como corantes, conservantes e aromatizantes, além de serem ricos em açúcares, gorduras saturadas e sódio, que podem desencadear processos inflamatórios no corpo. 

Cansaço excessivo

O cansaço excessivo pode ter diversas causas, como vimos neste artigo. Porém, uma delas é o consumo de produtos ultraprocessados. 

Como esses alimentos são pobres em nutrientes, o fígado gasta muita energia para processá-los, tirando a energia do corpo. Uma consequência disso é a falta de disposição e cansado. 

Ademais, o consumo de ultraprocessados leva ao ganho de peso. Com uma maior quantidade de gordura corporal, o corpo precisa economizar mais energia. Nesse processo, ele diminui a testosterona e o nível de T3, um dos hormônios da tireoide, no corpo. Assim, você se sente com preguiça, mas, na verdade, é uma economia energética. 

Problemas intestinais 

Os produtos ultraprocessados geralmente contêm poucas fibras e nutrientes essenciais, o que pode desencadear problemas digestivos, como constipação e síndrome do intestino irritável. 

Como esses alimentos contêm poucos nutrientes, o intestino precisa trabalhar mais para tentar absorver componentes benéficos, e isso pode gerar lesões e inflamações intestinais. Nesse caso, se o intestino inflama, todo o corpo fica inflado. 

Além disso, o alto nível de açúcar desses produtos também causa um desequilíbrio na microbiota intestinal. 

Impacto no humor  

Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados, especialmente aqueles com alto teor de açúcares e gorduras saturadas, pode levar a flutuações rápidas nos níveis de açúcar no sangue, resultando em alterações de humor, fadiga e falta de energia, além da variação do nível de açúcar no sangue.

A alimentação saudável é fundamental para obter a devida ingestão dos nutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo. O triptofano, por exemplo, é precursor do neurotransmissor serotonina, que é o neurotransmissor da felicidade. Este aminoácido e encontrado em vários alimentos como banana, cacau entre outros.

Ansiedade e depressão

Estudos têm sugerido uma ligação entre o consumo regular de alimentos ultraprocessados e um maior risco de desenvolver ansiedade e depressão. 

Isso pode ser atribuído tanto aos efeitos negativos desses alimentos no corpo, como inflamação e desequilíbrios hormonais. Como citamos no tópico anterior, uma dieta pobre em nutrientes priva o organismo de alguns aminoácidos essenciais, como a tirosina, e neurotransmissores responsáveis pela felicidade, como a serotonina. 

Uma das causas da depressão, por exemplo, é a falta de tirosina produzida naturalmente pelo seu corpo. Se seu organismo não produz esse aminoácido, a único opção é obtê-lo por meio de uma alimentação balanceada. 

Como evitar o consumo desses alimentos? 

Os produtos ultraprocessados, como analisamos, apesar de serem uma fonte de energia rápida, no geral costumam deixar as pessoas mais cansadas, indispostas e com uma sensação constante de preguiça. 

Por mais que eles contenham aditivos feitos para viciar o paladar, dificultando seu abandono, o corpo manda sinais de que não é possível seguir com essa alimentação. 

Dessa forma, quando uma pessoa passa a ingerir alimentos com os nutrientes que precisa para o corpo voltar a funcionar normalmente, sua energia retorna, e ela se sente mais disposta e feliz. O resultado disso é um emagrecimento saudável e uma nova perspectiva de vida. É por isso que, quando somos orientados a uma alimentação saudável e balanceada, não queremos voltar aos hábitos antigos, por mais tentadores que sejam. 

Para isso, é muito importante ter o acompanhamento de um profissional especializado, que possa te guiar nesse processo.  

Eu sou médico formado há mais de 30 anos. Atuo nas áreas de medicina integrativa e nutrologia. Com minha grande experiência na área, posso lhe ajudar a substituir os ultraprocessados por uma alimentação saudável, que te ajudará a ter mais disposição, alegria e contribuirá para seu emagrecimento.

Além de elaborar um plano alimentar personalizado, eu também vou investigar as principais causas de compulsões alimentares e analisar os efeitos que os alimentos industrializados estavam provocando em seu corpo.
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